Comentários NBR 5419 – 2015

Esta publicação da NBR 5419 melhorou muito o emprego do Sistema de Proteção para descargas atmosféricas, ela foi publicada em 4 cadernos.

Caderno 1: princípios gerais

Os principais tópicos que encontramos são: à determinação dos tipos de danos chamados na norma de S, o dano causado chamado de D. As perdas de L e os riscos de R. É feito a comparação entre o risco tolerável e o risco encontrado; devendo este ser menor que o risco tolerável.

O item 8.4.1.1, comenta sobre a divisão das interpretações de para-raios interno e para-raios externo. O primeiro é o tradicional implantado nas estruturas e o segundo são os dispositivos de proteção de surto (DPS).

Faltou nesta norma o anuncio da versão anterior que tratava da classificação do nível de proteção: I, II, III e IV. (NBR 5419 – 2001 – Tabela B6).

Caderno 2: gerenciamento de risco

Interpretamos que, se bem compreendido este caderno poderá tornar possível se realizar um bom trabalho na proteção de descargas atmosféricas.

No item 4.2.2, trata sobre os riscos nas estruturas, item 4.2.3 – perto da estrutura, item 4.2.4 – nas linhas conectadas a estrutura, item 4.2.5 – perto das linhas conectadas a estrutura.

OBS: é importante ressaltar que esta norma valoriza a utilização de DPS (Dispositivo de proteção de surtos), eles são peças de relativo baixo custo que devem ser aplicados nos circuitos elétricos, fazem a proteção evitando a queima de aparelhos eletro eletrônicos.

Para o dimensionamento de um DPS, é necessário calcular o curto circuito no ponto a ser instalado.

Um DPS vem com as seguintes informações necessárias para sua utilização:

Uc: este valor tem que ser superior à tensão que irá aplicar no circuito

In: é a corrente de curto circuito calculada para o ponto, ou seja, se você encontrou um curto de 3,5 kA,

adotará o In de 5kA

Imáx: é o valor de amplitude do impulso para que o DPS não seja destruído , deverá ser maior que o valor

de In.

Up: é o valor de amplitude de tensão máxima que o componente não seja destruído.

Item 5.3, encontramos os valores admissíveis quanto ao risco tolerável. Neste mesmo item aponta que ficará de responsabilidade da autoridade com jurisdição identificar o valor do risco tolerável.

Item 5.4, teremos o procedimento para avaliar a necessidade da proteção.

Item 5.5, avaliar o custo da eficiência da proteção.

Item 6, teremos a analise dos componentes de risco.

Este caderno possui anexos de A a F. Encontram-se as tabelas dos valores a serem empregados para avaliação. No anexo A vemos a interpretação do numero de eventos por ano na estrutura e adjacências. No anexo B, as probabilidades de danos. No anexo C temos a avaliação de perdas. No item D os custos das perdas. No anexo E, encontra-se o resumo da norma, nos quais aparecem os estudos de caso, onde teremos a explicação de dividir por zonas, e através de tabelas, chegamos a conclusão da necessidade das medidas de aplicação das proteções, em resumo, teremos quatro medidas para diminuição do risco encontrado sendo este acima do tolerável:

1 – Aplicação do para-raios externo

2 – Aplicações do para-raios interno (DPS)

3 – Atendimentos a proteção de combate a incêndio

4 – Aplicação da blindagem da malha, que significa evitar que as pessoas tenham contato acidental com as cordoalhas destinadas à dissipação das descargas.

No anexo F, encontramos os mapas das intensidades de descargas atmosféricas.

Caderno 3: Danos físicos a estrutura e perigos a vida.

Iniciado pela classe de SPDA onde no item 4.1, na Tabela 1 apresenta a comparação do nível de proteção com a classe de SPDA, mas não está nesta versão de norma, é necessário consultar a versão anterior NBR 5419 – 2001.

Explica sobre a atuação do SPDA como os dados dependentes como a teoria da esfera rolante, distâncias típicas, comprimento do eletrodo; e os dados não dependentes como a equipotencialização, espessura mínima, materiais e dimensões de condutores.

No item 4.3, chama a atenção sobre a utilização de armaduras como condutores, porém destaca a garantia da resistência de contato, sita sobre soldar as conexões.

No item 5.4, é mencionado sobre os subsistemas de aterramento. Está descrito para evitar materiais diferentes no subsistema uma vez que se isto for utilizado ocorrerá o efeito galvânico provocando a corrosão do material. Neste momento chamamos a atenção da utilização das normas destinadas a aterramentos elétricos como NBR 7117 que fala sobre a estratificação do solo, a NBR 15749 sobre potenciais de superfície de solo e da NBR 15751. Estas três normas citadas descrevem muito bem os cuidados a se tomar quanto aos potenciais de passo e potenciais de toque, que são os valores que podem provocar acidentes.

Item 5.4.2, mostra a maneira de interpretar sobre o anel em torno da estrutura com seu raio médio (re) a ser providenciado na estrutura.

Item 5.5.3, sobre as conexões, pede que devam ser utilizadas o mínimo possível. Nas descidas não é permitido conexões.

Item 6.2, sobre a equipotencialização, exige que seja verificada a melhor maneira de garantir evitando o centelhamento.

Item 6.2.2.10, sobre DPS, descreve sobre a forma de dimensionar o dispositivo.

Item 7, descreve sobre a manutenção, inspeção e documentação de um SPDA, o que deve ser verificado e como verificar, semestralmente fazer a inspeção visual, anualmente inspeções para ambientes agressivos e a cada três anos para demais estruturas.

7.5 Documentação

7.5.1 A seguinte documentação técnica deve ser mantida no local, ou em poder dos responsáveis pela manutenção do SPDA:

a) verificação de necessidade do SPDA (externo e interno), além da seleção do respectivo nível de proteção para a estrutura;

b) desenhos em escala mostrando as dimensões, os materiais e as posições de todos os componentes do SPDA externo e interno;

c) quando aplicável, os dados sobre a natureza e a resistividade do solo; constando detalhes relativos à estratificação do solo, ou seja, o número de camadas, a espessura e o valor da resistividade de cada uma;

d) registro de ensaios realizados no eletrodo de aterramento e outras medidas tomadas em relação a prevenção contra as tensões de toque e passo. Verificação da integridade física do eletrodo (continuidade elétrica dos condutores) e se o emprego de medidas adicionais no local foi necessário para mitigar tais fenômenos (acrescimo de materiais isolantes, afastamento do local etc.), descrevendo-o.

Item 8.1, cita a respeito da tensão de toque, sobre o perigo as pessoas desavisadas e o item 8.2 sobre a tensão de passo com as mesmas atenções.

Neste caderno encontramos os anexos de A a F, descrevem sobre o posicionamento do subsistema do volume protegido, seção mínima de blindagem para evitar o centelhamento, divisor de corrente de descarga, risco de explosão e o ensaio de continuidade.

Caderno 4: sistemas elétricos e eletrônicos.

Explica bem a divisão de zonas, como adotar as proteções, a coordenação dos DPS e os materiais utilizados para equipotencialização.

Resumindo: deve-se atender o caderno 2 Anexo E, neste estudo de gerenciamento deverá ser providenciada alguma proteção e cabe ao profissional habilitado dimensionar a forma e o atendimento.

Observação: esta norma não se aplica a subestações externas de energia elétrica, apesar de termos no caderno 4 o seguinte texto: A ZPR 0 é estendida dentro da ZPR 1 para abrigar uma subestação de 20 kV, porque não foi possível a instalação de DPS no lado da alta tensão e da media tensão imediatamente na entrada de energia neste caso.

Esta nova versão da NBR 5419 permite a utilização de estruturas com armadura de aço e adotar uma resistência elétrica total admissível de 0,2 Ω.

A COLI não adota a utilização de estruturas com armadura de aço, pois não considera uma forma segura no que diz respeito à tensão de toque e passo, também não considera segura a ordem de grandeza de mili ohms.